sexta-feira, 22 de julho de 2011

Escolas, não desistam de nós. - blogagem coletiva

Esse texto maravilhoso falando da participação real e efetiva dos pais nas reuniões escolares vem bem de encontro ao que eu penso, acredito e tento promover em minha sala de aula. Ainda não consegui atingir todos os pais, muitos chegam com pressa as reuniões, querem ir embora logo, perguntam se o assunto que iremos tratar é importante (tipo de resposta minha: é sobre o seu filho, se ele for importante para vc....), dizem que deixaram comida no fogo e coisas do tipo.

Mesmo tentando fazer reuniões mais gostosas, com rodas de conversa, abordando temas referentes ao desenvolvimento dos filhos deles, não vejo muita empolgação dos pais. Parece que eles estão mais preocupados em acabar logo com aquilo do que ficar ali ouvindo falar em como ajudar seu filho a se desenvolver melhor. 

Não costumo usar minhas reuniões para ficar reclamando de alunos, falar mal deles, nem nada do tipo, quando isso é necessário (falar sobre comportamento por exemplo), costumo usar a reunião e esplanar o assunto para todos, sem citar nomes. Acho que todo conhecimento é válido apra todos. Sempre aprendemos alguma coisa na troca de experiências. Mas percebo que muitos pais não querem assumir a responsabilidade de educar seus filhos e depositam na escola todas as expectativas sobre a educação do filho.

Está na hora de mudarmos esse papel. De lutarmos juntos em busca de um futuro melhor para nossas crianças. E tenho fé de que isso vai acontecer!!!!





Olá querida escola do meu filho,
eu te escolhi porque acreditei que ali iria encontrar o ensino na qualidade que acho adequada para o meu filho. Ali, deposito minha confiança de que meu maior tesouro estará sendo cuidado com carinho, atenção e competência. Acredito que é nesta instituição que ele vai receber os primeiros, porém decisivos, ensinamentos de forma a desenvolver o gosto pelo estudo e pelo conhecimento. É neste ambiente também que ele vai começar a se socializar com outras crianças e a entender que existe um outro mundo, bem diferente e menos seguro que os limites dos braços de nós, pais.
Isso tudo é tão importante.
Mas sinto falta de participar mais da escola. Não que eu não participe porque eu não queira. Mas porque não sou solicitado.
Sei bem o quão vazias são as reuniões escolares. Eu vejo, estou em todas elas. Mas não posso aceitar que a falta de quórum desestimule a escola a nos solicitar ou a criar oportunidades mais diversificadas de aproximar, nós pais, da escola de nossos filhos. Acho tão importante que a escola e pais estejam “afinados” na forma de conduzir a educação escolar e familiar de nossas crianças!
Não importa quem não vai. A mim, me importa quem vai. A mim, me importa que eu estou lá e que existem alguns pais como eu, mesmo que poucos, que enxergam de verdade a importância de nossa presença junto à escola. Além disso, acredito, que havendo oportunidades mais frequentes e menos espaçadas, cada dia teremos mais pais na escola. E quanto mais envolvente e interessantes forem estes encontros, mais pais se sentirão motivados a trazer outros pais. Entendo as dificuldades, principalmente das escolas menores em se mobilizar para manter a escola aberta fora do horário. Mas é preciso empreender este esforço. Porque na falta dele, as únicas pessoas que perdem, são as crianças, nossos filhos, seus alunos.
Há tantas coisas que podemos fazer juntos para mudar isso. Mas nunca, ninguém me perguntou a minha opinião a respeito. Sinto, sinceramente, que inclusive, caímos no erro de reclamar mais do que realmente procurar soluções para aumentar o número de pais participantes. Temos alguma mãe ou pai que possa contribuir de alguma forma com um assunto ou oficina direcionada para os pais e que tenha um foco educacional ou com referência a educação de nossos filhos? A escola pode promover sessões de filmes ou documentários educacionais voltados para os pais? Podemos fazer saraus? Passeios, piqueniques? Podemos criar um grupo de estudos compostos por pais que se reúnem na escola? Podemos conviver mais e desenvolver uns nos outros o espírito participativo?
Na minha humilde opinião, não são os pais que precisam bater na porta da escola de seus filhos. Nós fazemos isso e sempre somos bem recebidos INDIVIDUALMENTE. O que precisamos é ser recebidos pela escola coletivamente, trocar ideias, opiniões, encontrar soluções para dúvidas e angústias comuns com relação à educação escolar de nossos filhos. Só que esta iniciativa precisa partir da escola, porque a escola tem experiência no assunto. Os educadores da escola são profissionais, estudaram e trabalham com isso, inclusive há anos, décadas. Nós somos pais, nunca fomos antes, não fizemos nenhum curso de formação para a parentalidade e nos casos dos pais de crianças pequenas, somos pais de alunos completamente inexperientes. Acredito que precisamos muito da ajuda da escola para sermos melhores pais de alunos, para entender como nos comportar em casa com relação ao ensino, como orientar melhor o dever de casa, como educar para que eles sejam alunos melhores, para que sejam colegas de classe melhores, para que nos comuniquemos melhor com seus professores. Tudo isso para melhorar a qualidade de ensino e aprendizado de nossos filhos que não só são nosso maior tesouro mas também o motivo maior da escola existir.
Somos educadores também, e a sociedade precisa entender a importância de incluir os pais em tudo o que se refere à educação de seus filhos, que nada menos são que os futuros cidadãos que estarão agindo, interagindo e interferindo na sociedade dentro de alguns anos. Na minha opinião, que é leiga, mas onde há uma boa pitada de bom senso, a educação do futuro e para o futuro, não poderá passar sem a participação efetiva dos PAIS NA ESCOLA.
Sabemos que existem pais que simplesmente não querem ser chamados e que querem que a escola resolva as questões escolares sozinha. Mas também sabemos que muitos pais trabalham fora e que se esforçam para estarem presentes e nem sempre conseguem. Assim como existem aqueles que sempre ou quase sempre vão, que querem e se esforçam para melhorar a si mesmos e à escola. Dito isso, peço encarecidamente, mesmo que sejamos poucos, não desistam de nós. Estamos esperando o convite mais frequente para estarmos junto á escola.
Muito gratas e gratos.
(Este texto não se refere apenas a experiência pessoal, mas a experiências trocadas constantemente entre mães e pais, através de nosso blog, grupos de discussão, redes sociais, em diversos estados e diversas escolas)
autoria: Ana Cláudia Bessa

2 comentários:

  1. Sylvia, sua visão sbore o pais está muito correta. Eu vejo isso constantemente: a terceirização dos filhos. Precisamos nos unir: pais que querem fazer com professores que querem fazer e só assim, vamos ter a chance de mudar esta realidade.
    vou te indicar um texto que não está na blogagem, pois é anterior á mesma mas que é de uma mãe-amiga que voc~e, tenho certeza, também vai ficar fã. Eu sou...rs...
    http://ombudsmae.blogspot.com/2011/06/ate-ha-pouco-tempo-filhos-eram-criados.html

    Seu post, já vai constar em nossos links e redes sociais como participante da blogagem coletiva. Beijos!

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  2. Sylvia realmente é muito bom o texto. Estarei postando em meu Blog com os devidos créditos, claro, pois o que encontro de bom na net compartilho para que mais pessoas se beneficie com isso.
    Parabéns pelo post.
    Telva Tanajura

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